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Presidenta Dilma receberá presidente da França para uma Visita de Estado, nos dias 12 e 13 de dezembro. "Vamos relançar nossa parceria", afirma Dilma

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MUNDO - ENTREVISTA DENIS PIETTON - CORREIO BRAZILIENSE

"Vamos relançar nossa parceria" 

SILVIO QUEIROZ

A presidente Dilma Rousseff receberá, em 12 e 13 de dezembro, o colega francês, François 
Hollande, uma das últimas visitas de Estado ao Brasil antes da campanha pela reeleição em 2014. 
Preparar o terreno para o desembarque foi a principal missão do embaixador Denis Pietton desde que se 
instalou em Brasília, há dois meses, vindo da posição de chefe de gabinete do ministro das Relações 
Exteriores, Laurent Fabius. Com 57 anos e três décadas de diplomacia, Pietton construiu carreira na área 
de Oriente Médio, com passagens em postos como Beirute e Jerusalém. O representante francês não 
esconde a paixão por temas como a busca da paz entre israelenses e palestinos ou o desafio 
representado pelo programa Nuclear do Irã. Enaltece o amadurecimento diplomático do Brasil, sem 
deixar de pontuar as diferenças entre os governos, e deixa claro que a ambição de Paris é consolidar a 
posição de aliado preferencial. 

O que se pode esperar da visita do presidente François Hollande, em dezembro? 
Os presidentes Hollande e Dilma Rousseff já se encontraram em duas ocasiões. Primeiro, na 
Rio+20, e depois em dezembro passado, quando da visita da presidente a Paris. Desde então, 
conversaram várias vezes por telefone. O objetivo da visita é relançar a parceria estratégica entre a 
França e o Brasil, que foi firmada em 2006 e se desenvolveu muito, com o presidente Jacques Chirac e 
com Nicolas Sarkozy. Para nós, essa é uma visita a um grande parceiro, que está engajado em missões 
de paz e tem uma diplomacia ativa. A nossa é uma parceria única, por exemplo, no setor naval, com a 
construção do Submarino Nuclear brasileiro. E estamos em vias de estabelecer uma parceria forte no 
setor energético, agora que a Total integra com 20% de participação o consórcio vencedor do leilão para 
explorar o campo de Libra. O objetivo é relançar a parceria em desenvolvimento sustentável e 
transportes. A França é o principal sócio europeu do Brasil nesse programa magnífico que é o Ciência 
sem Fronteiras — temos a meta de receber 10 mil bolsistas até 2015. 

Quantos são os brasileiros na França pelo Ciência sem Fronteiras, no momento? 
São 4,5 mil, ao todo. Mas vamos desenvolver novos programas, principalmente para graduação 
na França, com o objetivo de aumentar esse número para 10 mil. E vamos lançar uma iniciativa similar à 
do “inglês sem fronteiras”, em que os estudantes brasileiros que vão ao país podem aprender o idioma a 
distância, principalmente pela internet. 

França e Brasil têm relações que vão além do terreno político e m diplomático. Como o senhor vê 
as perspectivas para os intercâmbios humanos, culturais? 
Nós não estamos aqui apenas para fazer comércio com o Brasil, mas porque se trata de uma 
relação antiga, com tradição histórica. São muitos os brasileiros que vão à França para estudar: já 
formamos 100 mil doutores. Temos 400 mil bolsistas brasileiros e queremos ir mais longe. Queremos que 
as nossas empresas ofereçam estágios, no âmbito do Ciência sem Fronteiras. As relações bilaterais vão 
além. A França é o primeiro país de destino dos brasileiros na Europa. O diretor do Louvre informou que 
os maiores contingentes de estrangeiros recebidos pelo museu são os americanos, em primeiro lugar, 
depois os chineses e, em seguida, os brasileiros. Tudo isso são sinais de uma verdadeira herança 
comum. Esse movimento também se faz no sentido oposto. Vemos cada vez mais estudantes franceses 
que vêm ao Brasil, hoje são 1.200 nas universidades daqui. 

A relação entre os presidentes Sarkozy e Lula foi sempre calorosa. Como será agora entre 
Hollande e Dilma? 
Cada político aporta a própria personalidade a uma relação. O presidente Hollande não é como o 
seu antecessor, e a presidente Dilma tem a sua personalidade. A relação entre os nossos governantes é 
boa, e espero que essa visita de retribuição contribua para fortalecer esse laço pessoal. Para além do 
aspecto pessoal, as relações entre nossos dois países são sólidas. A França é um sócio capital para o 
Brasil.
A visita praticamente coincidirá com a troca de ofertas entre União Europeia e Mercosul para um 
acordo comercial. Será possível concluir as negociações? 
A França vê muito positivamente a reabertura dessas negociações. É normal e recomendável 
que a UE busque um acordo profundo e ambicioso com o Mercosul. Somos muito favoráveis a um 
acordo. É uma negociação longa. Envolve produtos industriais e agrícolas, acesso ao mercado de 
serviços e ao setor público. Mas desejamos muito conhecer a oferta do Mercosul. 

Quais as perspectivas imediatas para a retomada das relações econômicas entre o Brasil e a 
França? 
A UE é a primeira potência comercial do mundo, o primeiro exportador e o primeiro investidor. Os 
países-membros têm investimentos importantes no Brasil. A França é o quarto maior investidor no Brasil, 
e a conclusão do processo com o campo de Libra vai reforçar a posição dos investimentos franceses. 
Somos favoráveis à liberalização das trocas comerciais, mas também a que se crie alguma 
regulamentação internacional. E acho que, nesse aspecto, partilhamos a concepção do Brasil. Temos 
600 empresas francesas no país. Elas têm dificuldades, é difícil penetrar no mercado brasileiro. 

O Brasil participou de uma tentativa de acordo com o Irã, há alguns anos. A França é apontada 
como a potência que obstruiu um acerto sobre a questão Nuclear. Há perspectiva de resolver 
esse impasse? 
A França crê que a rodada de conversações em Genebra permitiu avanços. E a compreensão da 
França sobre um acordo nesse tema é de que ele seja sólido. Nenhuma questão deve ser deixada de 
lado. 

Hollande está visitando Israel. 
Que mensagem ele leva sobre o processo de paz com os palestinos? 
Conheço a questão palestina, pois fui cônsul-geral da França em Jerusalém. A França só pode 
se alegrar com a paz entre Israel e os palestinos, e isso passa pela criação de um Estado palestino 
viável, com contiguidade territorial. O presidente Hollande reforçará essa posição: é preciso que 
israelenses e palestinos façam os esforços necessários, cada qual da sua parte.

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