JB |
O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez ontem (20) uma visita surpresa a Moscou para se reunir com o líder russo, Vladimir Putin, um de seus aliados políticos e o qual conduz atualmente uma operaração militar contra extremistas do grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis). Esta foi a primeira viagem internacional de Assad desde 2011, quando eclodiu a guerra civil na Síria, impulsionada pela Primavera Árabe. O tema central do encontro em Moscou foi a operação militar russa no território sírio, iniciada em setembro sob o argumento de que o EI deveria ser combatido, apesar da comunidade internacional e de países como os Estados Unidos acusarem Putin de usar os extremistas como pretexto para, na verdade, atacar opositores do regime de Assad. "Ontem, o presidente Bashar Al-Assad fez uma visita oficial a Moscou", anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "A conversa foi longa e exaustiva", comentou. "Putin destacou a necessidade de aliar as operações militares a uma solução política para a crise na Síria", disse Peskov. De acordo com o site oficial da Presidência russa, Putin pediu o início de um processo político com a participação de todas as forças do país, como grupos étnicos e religiosos, além de oferecer ajuda para isto. Por sua vez, Assad, que já retornou ao seu país, afirmou que as ações militares russas "frearam o terrorismo" e impediram que organizações extremistas como o EI conquistassem "territórios mais vastos". No dia 1 de outubro, após apelos de Putin para uma intervenção na Síria, o Parlamento de Moscou aprovou o envio de tropas ao país. O presidente argumentou que a decisão foi tomada devido a um pedido explícito de ajuda de Assad. O gesto, no entanto, foi mal-recebido pela comunidade internacional, que bombardeia alvos do EI desde o ano passado, sob liderança dos Estados Unidos. Os país acusam Moscou de ter como estratégia o enfraquecimento de opositores ao regime de Assd, e não o combate ao terrorismo. Putin, por sua vez, alega que sua meta é erradicar o Estado Islâmico, pois, segundo ele, cerca de quatro mil cidadãos russos ou de ex-países da URSS já viajaram à Síria para lutar ao lado do grupo, representando uma ameaça.
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